POEMA
Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva de uma estrela
Alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler
Alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios
Alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse para ouvir-te sonhar
António José Forte
Este poema está indisolublemente asociado a la música y a la voz de Vitorino, en cuyo excelentísimo álbum Leitaria Garrett (1984) lo conocí.
No hay comentarios:
Publicar un comentario